Mães que perderam seus filhos precocemente por situações adversas, tanto em maternidades da rede pública como particular, destacam a importância da Lei nº 11.572/21, de iniciativa do deputado estadual Dr. Eugênio de Paiva (PSB), que estabelece espaços reservados àquelas que, diferente das demais, não poderão sair de lá com os filhos nos braços.
“Espero de todo o meu coração que esta Lei seja respeitada pelas maternidades para que mais nenhuma mãe passe o que eu passei ao dar a luz para o meu filho Davi (já sem vida). Enquanto eu aguardava o parto do meu filho, que eu já sabia que nasceria sem vida, me colocaram em um quarto com pelo menos quatro mães e seus recém-nascidos. Foi desumano, insensível, traumático!”, relatou a mãe Renatta Dalla, que à época buscou apoio em grupos de mães e hoje também ajuda aquelas que vivenciam o mesmo drama.
Para a mãe do anjo Davi, a Lei de autoria do deputado Dr. Eugênio vem ao encontro dos anseios das mães, em modo geral, que se apoiam e se sensibilizam com perda de cada bebê. “Lembro como se fosse hoje dos choros de cada bebezinho que estava ao meu lado na maternidade pública. Minha maior tristeza naquele momento, hoje transformada em fé crescimento, foi de não ter meu filho em meus braços”, recorda Renatta .
As dificuldades foram semelhantes as da jovem Danielle Vittorazi Vescovi, mãe do anjo Henrique, que faleceu após nove meses de gestão tranquila por complicações no parto. Danielle, diante do cenário de profunda dor, também não teve oportunidade de ficar num espaço identificado como de mãe enlutada.
“A todo momento, entravam no meu quarto achando que ali teria uma mãe com demandas de um bebê saudável e a pergunta era sempre a mesma: aonde está seu bebê? Esperamos que com a Lei do deputado estadual Dr. Eugênio, outras mães não passem pela mesma dor que passamos!”, relatou Danielle, hoje youtuber e ativista das causas a favor da vida e de apoio às mães de luto.
Médico há mais de 20 anos com forte atuação na região Araguaia, Dr. Eugênio relata que sempre foi sensível ao tema e que viu, dentre as incumbências da atuação parlamentar, a oportunidade de formular um projeto que Lei que refletisse em mais humanidade para com as mães que duramente vivenciam este momento de tamanha dor.
“Atualmente, boa parte dos hospitais não garante à mãe o direito de ver, nem ao menos de se despedir do filho falecido. Além disso, elas acabam sendo colocadas na ala da maternidade, onde acordam durante a noite ouvindo o choro do bebê alheio e, não raro, precisam repetir aos profissionais do próprio hospital, durante as visitas de rotina, que o delas faleceu,” argumentou Dr. Eugênio ao desenvolver o Projeto que tornou-se Lei em Mato Grosso.
Com a sanção da Lei, as unidades de saúde das redes pública e particular de saúde deverão ofertar às mães enlutadas acomodação, em leito ou ala, em área separada dos demais pacientes e gestantes, com atenção para saúde física e psicológica.
“Obrigado, Governo de Mato Grosso pela sanção, e deputados que aprovaram a proposta, pela sensibilidade nesta causa tão difícil de ser enfrentada sem amparo e humanidade. Esperamos que os hospitais não hesitem no cumprimento da Lei e tratem as mãezinhas de luto com mais carinho e humanidade. Deus proteja a todas!”, finalizou o parlamentar.